Entre tantas coisas que a Lucinda me ensinou, algumas estão aqui.
Acumular é bom. Pessoas, objetos, sentimentos.
Se estiver difícil caminhar com tudo, use a experiência acumulada. Acumular é importante.
Reaproveite os materiais que estão à mão, mas nunca deixe de buscar novos.
O trabalho e a vida são uma coisa só.
Mesmo na trama fechada é possível improvisar. Improvisar é importante.
Esta não é a primeira homenagem que a artista Maria Lucinda Bento recebe. Esta é apenas a primeira homenagem que eu faço. Há exatamente 1 ano, a Lucinda nos deixou e ainda é complicado organizar os pensamentos para fazer tudo que ela pediu. Mas as pontas logo se amarram. E no caso da Lucinda, normalmente se amarram soltas e dançantes.
Fotografias, reciclagem de áudios e edição por Ananda Guimarães
MARIA LUCINDA BENTO foi uma artista dos teares, das plantas e das vivências. Ela partiu há um ano atrás, em novembro de 2019. Mineira de São Gonçalo, mas moradora de Américo Brasiliense-SP, esteve em quase todas as edições da MOSCA. Na última presencial, em julho de 2019, Lucinda já não pode estar presente. Mas em agosto, fez o que seria sua última viagem à passeio para Cambuquira, onde cuidou do jardim, reencontrou velhos amigos, ensinou a tingir, a urdir e a tecer.
Lucinda teve muita influência nos processos criativos da MOSCA, assim como em todos os lugares por onde passava. O prazer pelo improviso, as cores em excesso, o gosto por acumular pessoas, histórias, afetos, tentando não abrir mão de nada (mas com a serenidade de que algumas ideias se perdem pelo caminho) e a certeza de que vai ficar tudo bem se a gente puder produzir e viver a cultura.
Essa é uma pequena exposição audiovisual feita para agradecer a presença da Lucinda na MOSCA.
Ananda Guimarães é uma das fundadoras da MOSCA - Mostra Audiovisual de Cambuquira e aspirante a artesã.
PS: Quando ela diz paraíso em um dos áudios, é de Cambuquira que ela falava (Julho de 2019).